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The little girl !: Beijada por um anjo

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Beijada por um anjo

Capítulo I



"Nunca imaginei que o banco de trás de um carro pudesse ser romântico - disse Ivy, reclinando-se, sorrindo para Tristan. Em seguida, olhou para a bagunça que estava no chão do carro. - Talvez fosse melhor você tirar a sua gravata de dentro do copo do Burger King.
Tristan pegou a gravata encharcada e jogou-a no banco da frente, depois sorriu e sentou-se ao lado de Ivy novamente. - Ai! - o odor de flores esmagadas espalhou-se por todo o carro.
Ivy deu uma gargalhada. - Qual é a graça? - perguntou Tristan, tirando as rosas esmagadas grudadas em suas costas, não conseguindo evitar o riso. - E se alguém passar por aí e reparar no adesivo de sacerdote do seu pai colado no para-choque do carro? Tristan jogou as flores no banco da frente e trouxe Ivy para mais perto de si. Deslizou a mão pelo vestido de seda, que ela usava, e deu um beijo suave em seu ombro. - Eu falaria que estava com um anjo. - Ah! Que conversa fiada! - Ivy, eu te amo - disse Tristan, ficando sério subitamente. Ela olhou para ele e depois mordeu os lábios. - Isso não é um jogo. Eu amo você, Ivy Lyons, e um dia você vai acreditar em mim. Ela deu-lhe um abraço bem apertado. - Te amo, Tristan Carruthers - sussurrou em seu ouvido. Ivy acreditava e confiava nele como jamais havia confiado em alguém. Um dia, criaria coragem para dizer, com todas as letras, "Eu te amo, Tristan." Colocaria a cabeça para fora da janela e gritaria. E até colocaria uma faixa bem no meio da piscina da escola. Depois disso, levaram alguns minutos para se arrumar. Ivy começou a rir de novo. Tristan sorriu ao vê-la tentar inutilmente arrumar os cabelos desalinhados. Em seguida, ligou o carro, passando por cima dos buracos e das pedras até chegar à estrada estreita. - Última olhada no rio - disse assim que fizeram uma curva, desviando-se do lugar em que estavam. O sol de junho dominava toda a região oeste do interior de Connecticut, enviando os seus raios de luz às copas das árvores, cobrindo-as como se fossem ouro. A estrada sinuosa parecia um túnel de bordos, álamos e carvalhos. Ivy sentia estar nadando em meio às ondas com Tristan, o sol brilhando no alto, os dois juntos em movimento uníssono, em direção a um abismo de azul, roxo e verde-escuro. Tristan ligou os faróis do carro. - Você não precisa correr - disse Ivy. - Não estou mais com fome. - Eu matei a sua fome? Ela balançou a cabeça negativamente. - Acho que me alimentei de felicidade - respondeu suavemente. A velocidade do carro continuava aumentando pelas curvas da estrada. - Já falei que a gente não precisa correr. - Engraçado. Não sei o que... Não parece que... - murmurou Tristan, olhando para os seus pés. - Vá mais devagar, está bem? Não tem problema se a gente se atrasar um pouquinho. - Ah! - Ivy apontou para frente da estrada. - Tristan! Havia algo saindo do meio dos arbustos e parando no meio da estrada. Não dava para ver o que era. Só dava para perceber a movimentação por entre as sombras. E, então, o cervo parou. Virou a cabeça e olhou fixamente para as luzes dos faróis.
- Tristan! - eles estavam cada vez mais próximos dos olhosbrilhantes.
- Tristan, você não está vendo?
A velocidade não parava de aumentar.
- Ivy, tem algo...
- Um cervo!
Os olhos do animal reluziam. Havia uma luz atrás dele, uma mancha brilhante em meio à escuridão. Um carro vinha na outra pista. Do outro lado, havia inúmeras árvores. Não tinha como eles desviarem nem para a esquerda nem para a direita.
- Pare! - ela gritou.
- Estou...
- Pare! Por que você não para? - ela implorou. - Tristan, pare!
O para-brisas explodiu.
Nos dias que se seguiram àquele, Ivy não conseguia se lembrar de nada, além da cascata de vidro estilhaçado.
Ivy deu um pulo ao ouvir os tiros. Odiava piscinas, especialmente piscinas cobertas. Apesar de ela e suas amigas estarem a uns 300 metros da piscina, sentia-se como se estivesse nadando. O ambiente não passava de uma névoa úmida, escura, de cor verde azulada e com um forte cheiro de cloro. Tudo ecoava, o som dos tiros, os gritos da multidão, os nadadores caindo na água. Assim que Ivy entrou na área da piscina coberta, sentiu falta de ar. O que ela queria mesmo era estar lá fora, apreciando a brisa e o sol daquele belo dia de março.
- Deixe-me ver de novo. Qual deles é ele? - perguntou.
Suzanne Goldstein olhou para Beth Van Dyke. E Beth também olhou para Suzanne. As duas balançaram a cabeça negativamente, suspirando.
- Ah tá, como é que eu posso saber quem é ele? Todos estão depilados, todos eles, sem exceção: braços depilados, pernas depiladas e até peitos depilados - um bando de carecas usando toquinhas de borracha e óculos de natação. Todos usam sungas com as cores da escola. Pelo que sei, podiam muito bem ser um bando de alienígenas.
- Se eles são alienígenas, vou me mudar para o planeta deles - disse Beth sem parar de clicar a ponta da sua caneta.
Suzanne tirou a caneta das mãos de Beth e disse com voz rouca: - Meu Deus, como eu gosto de competições de natação!
- Mas você nem liga para os nadadores quando a competição começa - comentou Ivy.
- Porque estou olhando para o próximo grupo a subir nos trampolins - explicou Beth.
- Tristan é o que está na raia central. Os melhores nadadores sempre competem nas raias centrais - disse Suzanne.
- Ele é o nosso homem-bala. É o melhor no estilo borboleta.
Na verdade, é o melhor de todo o Estado - acrescentou Beth.
Ivy já sabia disso. Havia cartazes da equipe de natação espalhados por toda a escola: Tristan emergindo da água, seus ombros movimentando-se rapidamente em direção ao espectador, seus braços poderosos como se fossem asas.
A pessoa encarregada da publicidade sabia o que estava fazendo ao escolher aquela foto. E tinha feito inúmeras cópias, o que foi muito bom, pois todos os cartazes de Tristan viviam desaparecendo - indo parar dentro dos armários das garotas.
Foi em algum momento no meio dessa loucura de cartaz que Beth e Suzanne começaram a pensar que Tristan estava interessado em Ivy. Bastaram dois encontrões no corredor em uma mesma semana para convencer Beth, a criativa escritora que já tinha lido uma coleção de romances de bolso.
- Mas Beth, já dei vários encontrões em você. Você sabe como eu sou - argumentou Ivy.
- Sabemos - disse Suzanne. - Cabeça nas nuvens. Quilômetros de distância da Terra. Vive no mundo dos anjos. Mas, mesmo assim, acho que a Beth tem razão quanto a isso. Lembre-se, foi ele quem deu um encontrão em você.
- Talvez ele seja desajeitado fora da água. Como os sapos - disse Ivy, sabendo que não havia nada de desajeitado em Tristan Carruthers.
Lembrou-se de seu primeiro dia na escola. Estava nevando e era início de janeiro. Uma líder de torcida tinha sido designada para mostrar a escola a Ivy e fez questão de lhe mostrar quem era Tristan quando se dirigiram à lanchonete lotada.
- Você provavelmente se interessa por atletas - disse a líder de torcida.
Na verdade, Ivy estava ocupada tentando entender o que era aquela coisa verde que estavam servindo aos alunos na lanchonete.
- Na sua escola em Norwalk, as garotas devem sonhar com os astros do futebol. Mas muitas das garotas de Stonehill...
Sonham com ele, Ivy pensou assim que percebeu o olhar da líder de torcida concentrar-se em Tristan.
- Na verdade, prefiro alguém que tenha cérebro - disse Ivy.
- Mas ele tem cérebro! - insistiu Suzanne quando Ivy lhe contou sobre o que tinha conversado anteriormente com a líder de torcida.
Suzanne era a única garota que Ivy já conhecia em Stonehill e, de algum modo, ela tinha conseguido encontrar Ivy no meio da multidão naquele dia.
- Estou falando de um cérebro que não esteja cheio d’água - acrescentou Ivy.
- Você sabe que eu nunca dei bola para atletas. Quero alguém com quem eu possa conversar.
- Você já conversa com os anjos - disse Suzanne.
- Não começa com isso - avisou Ivy.
- Anjos? - Beth perguntou. Ela estava sentada à mesa ao lado, ouvindo a conversa delas. - Você fala com anjos?
Suzanne revirou os olhos, mostrando-se incomodada por ter sido interrompida. Em seguida, voltou a atenção para Ivy novamente. - Será que em algum lugar nessa sua coleção de asas há um anjo do amor?
- Sim.
- Que tipo de conversa você tem com eles? - Beth perguntou novamente. Ela abriu um bloco de anotações e foi logo pegando o lápis como se fosse escrever tudo o que Ivy ia dizer, palavra por palavra.
Suzanne ignorou a presença de Beth. - Bom, se você realmente tem um anjo do amor, Ivy, ele não está fazendo muito bem o seu trabalho, não é mesmo? Alguém precisa lembrá-lo de sua missão.
Ivy deu de ombros. Seus dias estavam muito ocupados e não havia tempo para prestar atenção nos rapazes. Tinha de se dedicar à música, ao trabalho na loja, à manutenção de suas notas acima da média, além de ajudar a cuidar do seu irmão de oito anos, Philip. Os últimos meses tinham sido muito tumultuados para Philip, sua mãe, e até para ela mesma. Não teria aguentado sem a ajuda dos anjos.
Depois daquele dia de janeiro, Beth passou a procurar Ivy para perguntar sobre sua crença nos anjos, bem como para lhe mostrar alguns de seus contos românticos. Ivy gostava de conversar com ela. Beth era uma garota de rosto redondo e cabelos tingidos, na altura dos ombros. Vestia-se de um jeito que variava entre o estranho e o fora de moda, e vivia romances incrivelmente apaixonados - só na sua imaginação.
Suzanne tinha magníficos cabelos pretos e sobrancelhas e bochechas expressivas, também vivia uma vida de muitas paixões - na sala de aula e nos corredores, deixando os garotos da escola Stonehill emocionalmente exaustos. Beth e Suzanne nunca tinham sido amigas, mas, no final de fevereiro, tinham se unido na tentativa de transformar Ivy e Tristan em um casal.
- Ouvi dizer que ele é bem esperto - disse Beth durante um almoço na lanchonete.
- Ele é todo cérebro - concordou Suzanne. - O melhor aluno da classe.
Ivy ergueu a sobrancelha.
- Ou um dos melhores.
- Natação é um esporte sutil - continuou Beth. - Sei que parece que a pessoa está indo para frente e para trás, mas um cara como o Tristan planeja, ele tem uma estratégia complexa para vencer cada competição.
- Ah-hã - disse Ivy.
- O que a gente quer dizer é que basta você vir a uma competição de natação - disse Suzanne.
- Mas tem de se sentar bem na frente - sugeriu Beth.
- E pode deixar que eu escolho suas roupas neste dia - acrescentou Suzanne. - Você sabe que eu sei te produzir muito melhor do que você mesma.
Ivy balançou a cabeça positivamente, imaginando por que as suas amigas achavam que alguém como Tristan estaria interessado nela.
Mas, quando Tristan apareceu na reunião dos alunos do segundo ano do Ensino Médio dizendo a todos que a equipe de natação precisava da sua presença na última competição, sem tirar os olhos de Ivy o tempo todo, sentiu que tinha uma chance.
- Se a gente perder essa competição, você vai ficar com a consciência pesada - disse Suzanne.
Era final de março e Ivy estava observando Tristan balançar seus braços e pernas. Ele tinha uma constituição perfeita de nadador - ombros poderosos e largos e cintura fina. A touca escondia seus lisos cabelos castanhos, mas ela lembrava que eram curtos e espessos.
- Cada pedacinho dele é feito de músculos - suspirou Beth. Depois de dar vários cliques na caneta, que já tinha pego de volta de Suzanne, começou a escrever no seu bloquinho. Como rocha reluzente. Sinuosa na mão do escultor, fundida nos dedos do amante...
Ivy deu uma olhada no bloquinho de Beth. - O que você está fazendo, poesia ou romance?
- Tem diferença? - respondeu Beth.
- Nadadores, preparem-se! - disse o organizador da competição em voz alta e todos subiram em seus trampolins.
- Ah, meu Deus! Aquelas sunguinhas não deixam muito espaço para imaginação, não é mesmo? Imagino como o Gregory ficaria em uma delas - murmurou Suzanne.
Ivy a repreendeu. - Fale mais baixo. Ele está bem ali.
- Eu sei - disse Suzanne, passando as mãos pelos cabelos.
- Aos seus lugares...
Beth inclinou-se para dar uma olhada em Gregory Baines. Seu corpo esbelto e longilíneo, faminto e quente...
Bum!
- Você sempre usa essas palavras - disse Suzanne.
Beth concordou. - É que são palavras fortes, parecem combinar com a sua respiração. Faminto, excitado, emocionante...
- Você vai tentar pelo menos assistir à competição? - disse Ivy, interrompendo a conversa.
- São 400 metros, Ivy. Tudo o que Tristan tem de fazer é ir para frente e para trás.
- Entendi. E aquela história de ele ser totalmente cérebro, com uma complexa estratégia de vitória no sutil esporte da natação? - perguntou Ivy.
Beth estava escrevendo novamente: nadando como um anjo, desejando que suas asas molhadas servissem de aconchego para Ivy. - Eu estou muito inspirada hoje!
- Eu também - disse Suzanne alternando seu olhar entre Gregory e os corpos que se aqueciam para nadar.
Ivy viu o que ela estava fazendo, mas voltou a se concentrar nos nadadores novamente. Nos últimos três meses, Suzanne corria atrás de Gregory Baines de forma quente, excitante e faminta. Ivy queria que Suzanne se interessasse por outra pessoa e que isso acontecesse logo, muito rápido, antes do primeiro sábado de abril.
- Quem é aquela moreninha? - perguntou Suzanne. - Odeio tipos mignon. Ela não combina com Gregory. Rostinho, mãozinhas, pezinhos.
- Peitões! - disse Beth, olhando para cima.
- Quem é ela? Você já a viu antes, Ivy?
- Suzanne, você está na escola há mais tempo do que...
- Você nem está olhando - disse Suzanne, cortando a frase de Ivy.
- Porque estou olhando para o nosso herói. Não é isso que eu devia estar fazendo? O que significa Demolidor? Todo mundo grita Demolidor quando Tristan faz a volta.
- É o apelido dele - respondeu Beth. - Por causa da forma como ele ataca a parede, arremessando-se contra ela com a cabeça primeiro. Assim, consegue dar um impulso mais rápido.
- Entendi - disse Ivy. - É, ele parece mesmo um cérebro total para mim, atirando-se contra uma parede de concreto. Quanto tempo normalmente duram essas competições?
- Ivy, por favor - implorou Suzanne, pegando-a pelo braço.
- Veja se você sabe quem é a morena.
- Twinkie.
- Você está inventando! - disse Suzanne.
- É a Twinkie Hammonds - insistiu Ivy. - Ela faz aula de música comigo.
Percebendo que Suzanne não parava de encará-la, Twinkie virou-se para ela e fez uma careta. Gregory prestou atenção em tudo, olhando por cima dos ombros. Ivy conseguiu notar que ele estava se divertindo com a situação.
Gregory Baines tinha um sorriso encantador, cabelos escuros e olhos acinzentados. Olhos acinzentados muito maneiros, pensou Ivy. Era alto, mas não era a sua altura que fazia com que se destacasse no meio da multidão. Era sua autoconfiança. Ele era como um ator, como uma estrela de cinema fazendo seu papel, e, quando o show terminava, afastava-se dos demais por acreditar ser melhor que os outros. A família Baines era a mais rica da cidade de Stonehill, mas Ivy sabia que não era por causa do dinheiro de Gregory, e sim por causa dessa frieza, dessa indiferença, que Suzanne estava louca por ele. Suzanne sempre queria o que não podia ter.
Ivy pegou no braço da amiga suavemente e apontou para os nadadores que estavam se alongando para começar a competir, esperando, assim, distraí-la de alguma forma. Depois gritou: Demolidor!, quando Tristan começou a última volta. - Acho que estou pegando o jeito - disse. Mas percebeu que os pensamentos de Suzanne continuavam em Gregory. Dessa vez, temia Ivy, Suzanne parecia estar profundamente apaixonada.
- Ele está olhando para nós. Está vindo na nossa direção - disse Suzanne toda animada.
Ivy sentiu a tensão em seu corpo. - E a cachorrinha de estimação está vindo logo atrás.
Por quê? Ivy se perguntou. O que Gregory teria para falar com ela depois de passar três meses ignorando-a? Em janeiro, entendeu rapidamente que Gregory não tinha a intenção de notá-la. E, como se tivessem feito um acordo silencioso, nem ele nem Ivy falaram nada sobre o fato de que o pai dele iria se casar com a mãe dela. Poucas pessoas sabiam que Gregory e Ivy passariam a morar na mesma casa no começo de abril.
- Oi, Ivy! - Twinkie foi a primeira a falar. Ela tentou se sentar perto de Ivy, ignorando Suzanne e mal olhando para a Beth. - Acabei de falar para o Gregory que sempre me sento ao seu lado na aula de música.
Ivy olhou para a garota com surpresa. Nunca tinha percebido em que lugar Twinkie se sentava.
- Ele disse que nunca ouviu você tocar piano, e eu estava falando para ele como você toca bem.
Ivy abriu a boca para falar, mas não conseguiu pensar em nada para dizer. Na última vez em que tocou alguma composição sua na sala, tudo o que Twinkie fez para mostrar seu interesse foi lixar as unhas.
Foi aí que Ivy percebeu que Gregory estava olhando para ela. Quando ela olhou para ele, este piscou. Ivy apontou para suas amigas e disse: - Vocês conhecem Suzanne Goldstein e Beth Van Dyke?
- Não muito - ele disse, sorrindo para as duas. Suzanne estava radiante. Beth olhava para todos com o interesse de uma pesquisadora, o tempo todo clicando sua caneta.
- Sabe de uma coisa, Ivy? A partir de abril você vai morar bem perto da minha casa - disse Twinkie. - Vai ficar mais fácil se a gente começar a estudar juntas agora.
Mais fácil?
- Posso te dar uma carona para escola. É rapidinho da minha casa até a sua.
Rapidinho?
- Talvez a gente possa passar mais tempo juntas?
Mais tempo?
- Então, Ivy - disse Suzanne, piscando exageradamente seus longos cílios. - Você nunca me contou que era tão íntima da Twinkie! Talvez nós todas devêssemos passar mais tempo juntas. Você iria gostar de ir à casa da Twinkie, não iria, Beth?
Gregory mal conseguiu esconder o riso.
- Devíamos fazer uma noite do pijama, Twinkie.
Twinkie não pareceu muito entusiasmada.
- Poderíamos falar sobre os rapazes e fazer uma votação do mais bonitão daqui.
Suzanne voltou sua atenção para Gregory, olhando-o de cima a baixo, prestando atenção em cada detalhe. Ele continuou mostrando que estava se divertindo muito.
- Conhecemos outras garotas, da escola antiga de Ivy em Norwalk - Suzanne continuou de forma animada. Sabia que as garotas da alta sociedade de Stonehill, que iam e voltavam todo dia de Nova York, não tinham nada a ver com as caipiras de Norwalk.
- Elas iam adorar vir até aqui. Assim podemos ser todas amigas. Você não acha que seria muito legal?
- Não, não acho - disse Twinkie dando as costas para Suzanne.
- Foi muito bom conversar com você, Ivy. Espero vê-la em breve. Venha, Gregory, está muito lotado aqui - disse Twinkie, aninhando-se debaixo dos braços dele.
Assim que Ivy voltou sua atenção para a piscina, Gregory pegou em seu queixo. Com as pontas dos dedos, virou o rosto dela na sua direção. Estava sorrindo."

Beijada por um anjo.

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